domingo, 21 de outubro de 2007

Impressões não impressas.


Porra, dez dias depois eu posto novamente, e como diz um amigo meu "blog é dedicação, fia". Mas sem público não há retorno, sem retorno não há motivação, sem motivação não existe dedicação. É a lei das empresas, da oferta e procura, do capitalismo, caralho! Tudo bem, sem stress. Estou a dez dias do paraíso em compensação, dez passos para o segundo passo... e pimba, Gol. Acho que vou usar este blog pra contar minha saga daqui a dez dias para frente, lá na selva de pedra chamada São Paulo. Sim, como uma retirante. Era exatamente como eu me sentia, sinceramente.

Porra, queria que vocês vissem o conforto que estou agora. Vendo mtv (um dos programas menos ruins, aquele sobre musica) deitada no minha colcha nova digitando meu notebook, extremamente pequena-burguesa. Ah, e comendo biscoito de morango dois quilos mais magra. Pára tudo, né! Nem sexo eu queria agora.
Eu ia escrever sobre o filme Tropa de Elite, mas eu tô sem paciencia para dar uma de crítica séria. Claro que eu não ia ficar babando o filme, como a grande maioria. No dia que assisti, entrei no onibus com o meu celular motorola com a luzinha azul, um que há cinco anos atrás era 100 reais, falando com meu pai e dizendo "Pow, assisti aquele filme sensação que foi lançado pela pirataria, sabe, pai? Aquele Tropa de Elite... enfim... chegando em casa te falo minhas impressões a respeito." É que tinha um bando de universitário antenado no ônibus ouvindo minha conversa. E é claro que este foi o gancho para uma calorosa discussão entre eles! hehehehe....

Minhas impressões: o Bope é a solução dos problemas do país. Tem que ter um no congresso, um na televisão, um na polícia, um na música. E aí? DITADURA, TORTURA, PORRADA, maravilha! O que é pior para você? Tortura ou corrupção? Ou corrupção é uma tortura? Ah, uma última pergunta: por que o traficante lado obscuro do filme se chama BAIANO? Vão se fuder, sulistas filhas da puta. Enfia no saco.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Inha inha inha... Viva o BLOG DO SANTINHA!


E agora essa história de censurar blog? Pode isso? É constitucionalmente legal que você NÃO possa expressar sua opinião na Internet? Aliás, existe alguma coisa constitucional a respeito de Internet? Meia dúzia de jurisprudências, reflexo de ricos e famosos que eventualmente transam na praia e depois tentam medir forças com um site de vídeos, mas nada que me faça lembrar uma lei nesse sentido. Muito menos quando o caso é torcedores versus ex-presidente de um clube. Sabe como é, torcedor não costuma chamar de “feio” àquele que rouba seu time.

E agora querem fechar o Blog do Santinha. Ou melhor, estão na justiça para tal, é até motivo de piada. Vai decretar o juiz : “Considero CULPADO o.... autor do blog, os editores, os torcedores, aqueles que por ventura visitaram o blog, os ilustradores e webdesigner, pronto!”. O senhor ex-presidente ainda pede uma indenização de cem mil pilas. CEM MIL... quem pagará caso seja decretado? O clube? Não, não, os editores do Blog, Sr. Inácio França e Samarone Lima. Será que foi papai e mamãe que não criaram seus filhos direitinho – “cuidado boquinha com o que fala”? Vá gostar de tirar dinheiro dos outros assim no inferno! Só porque leu meia dúzia de xingamentos - assim sendo, juiz de futebol estaria milionário.

Internet é um domínio tão público quanto a rua. Um meio de manifestação popular, mesmo. O cabra deveria ler e aprender a nunca mais ser malcriado com os torcedores que acessam a este blog, que por dia recebe uma média de 1.300 visitantes e mês passado, teve 39.866 visitas. Representantes internautas da maior torcida do norte-nordeste, olha onde esse homem se meteu. O mascote do time, uma cobra coral. Ui.

Não sou torcedora do Santa Cruz. Mas torço pela liberdade de expressão da sua torcida. É difícil ser tolhido frente a indícios de fraude nas eleições pra presidente do clube. É difícil ser comedido com as palavras, quando você sente roubo escancarado atingindo o time do seu coração. Isso é sério. Pelo menos para os homens.

Tanta porcaria na Internet com o que se preocupar; hackers, pedofilia, tráfico de órgãos, jornalista famoso e idiota falando besteira. Eu sugiro à torcida que escrevam em cartazes os comentários feitos nos posts do blog, e colem nos postes das ruas. Vamos ver a quem ele irá processar assim.

Obs.: Saiba mais sobre esse tal processo visitando o Blog do Santinha:

http://www.blogdosantinha.com/artigos/ex-presidente-do-santa-cruz-vai-a-justica-tentar-calar-o-blog-do-santinha/

A morte dos fatos reais - novo romance policial.


Eu não posso enumerar os romances policiais que já li. E cada um deles me influenciou de forma definitiva. Eu queria pensar como Miss Maple pensaria ou relatar alguma coisa com a maestria de Dr. Watson. Talvez daí venha a minha paixão pela polícia. Mas a polícia clássica, quase inglesa, com seus sobretudos negros e seus chapéus diferenciados.

A fidelidade e o empenho a um caso insolúvel. A quebra do raciocínio é quase o próprio crime mas o sono sempre é meu assassino. Os indícios me parecem óbvios e o prazer que sinto quando percebo, no fim do livro, que já havia pensado nisso antes. Por isso que Connan Doyle sempre me decepciona com seu fantástico Sherlock Holmes. Para manter sua supremacia total, ele cria uns finais absurdos, cheios de elementos que só aparecem mesmo no final. Mas eu adoro as cenas em que Sherlock, entediado, resolve se picar;

Mas o favorito? Ah, é o francês. O confiante e presunçoso Hercule Poirot. Com suas frases entrecortadas por expressões sem tradução de rodapé. Aquele que a própria Agatha descreve em um tom jocoso quando faz o tipo jovial sobre um velho amigo. É o mais famoso, é o bam-bam-bã da parada, mas é meu preferido. Eu gosto daqueles que ficam mais pelas sombras também.

Eu sonhei esses dias que desvendava um crime. Um crime sobrenatural. Quando não havia mais saída para mim, um amigo se revelava um grande mago e fazia aparecer na minha testa algum artifício que me tiraria daquela situação. Eu corri para janela do palacete onde lutava com os bandidos a fim de fugir, voar, ativar aquele artifício o quanto antes. Atirei-me, o artifício não funcionava... Não funcionava, não funcionava até que me vi perto do chão e acordei. J

Acho que estou começando a sair da realidade, quando deveria escrever sobre o filme Tropa de Elite (era meu próximo assunto) ou sobre política nacional, Decidi falar besteira. Daqui a pouco vou pegar minhas uvas e sentar na cama, com “Os relógios” a tira colo. Não me contem o final, já sei que o relógio com o nome de Rosemary pertence a srta. Sheila Webb, porque ela tem o primeiro nome Rosemary. Tem alguma coisa a ver com o passado dela, os pais que a abandonaram ou a própria Miss Pebmarsh é membro da família.

Au revoir, mon ami, Je vous remercie infiniment por existir... rs...

sábado, 6 de outubro de 2007

Preconceito Saudável


A Pré concepção das coisas ajuda a solidificar a nossa personalidade?
Petrificar, talvez sim. Por que não? Não se pode deixar ficar dúvidas sobre seus gostos, costumes e tradições. Eu sou do tipo de pessoa preconceituosa, não no sentido preconceituoso da palavra. O preconceito muitas vezes é uma forma de defesa contra si próprio, mesmo não constituindo a ofensa a uma segunda pessoa como uma má pré concepção pela diferença. Estarei eu sendo clara? Toda minoria alvo de discriminação sofre pela ofensa e não pela pré-concepção que as pessoas fazem delas desde que sejam guardadas para si e não estratificada. Mas é impossível, como disse acima, não ter cristais de gelo em seu sangue que não sejam capazes de deixar jorrar um pequeno filete de preconceito. Pedras criadas para proteger seus gostos, costumes e tradições.
E não me sinto envergonhada por isso. Há em todo mundo esse gesto de defesa contra o que vem de fora. E seu grupo de amigos é formado por pessoas que têm os mesmos preconceitos que você: Que não ouvem esse ou aquele tipo de música, que detestam determinada atitude, que reclama do preconceito de forma geral e são veementemente contra tal absurdo, e que estão certos, como você e eu, em o ser, mas são como os preconceituosos, de alguma forma. Que não vestem roupa de marca, ou roupa sem marca, ou roupa preta, ou roupa vulgar, ou roupa fechada. São preconceitos necessários para o nosso auto-conhecimento.
Devo dizer que eu guardo em mim alguns preconceitos aparentemente imutáveis. Alguns bons, outros ruins, eu até gostaria de retirar de mim coágulos destes. O fato de ser anti-social, crítica ou simpática em excesso são atitudes formadas através de determinados preconceitos.
O importante é não se deixar ser convencional. Se você quer discriminar, discrimine que não tem motivo aos olhos dos hipócritas para serem discriminados - Políticos corruptos, escritores imbecis, personalidades vulgares - e o faça com a consciência tranqüila de que você estará SIM sendo preconceituoso e não menos justo por isso.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A Cor essa cidade


As paredes tinham um aspecto amorfo, já não ouviam tambores que abalassem suas estruturas barrocas. Os vendedores ambulantes, transeuntes, os vagabundos e as putas pareciam imersos no tédio, submersos em pensamentos vazios, não havia preocupação e fazia um mormaço de dar sono a uma coruja. Os gatos de rua pareciam não se importar com marasmo, era de praxe e prazer viver assim para eles. Os cachorros faziam o mesmo que os homens, apenas andavam em busca do que fazer. Os cabelos tinham pentes fincados e as mãos possuíam uma espécie de xícara improvisada com um pouco de café preto.

As pessoas não sorriam umas para as outras. Não havia motivo, não havia interesse. E nem se houvesse, sorririam. No comércio, a lei da propaganda da imagem tanto fazia existir ou não. Clientes e não-clientes eram tratados com o mesmo descaso. Se quisesse comprar que comprasse, se rebolasse adeus! Se pedisse desconto, saía xingado do recinto.

Alguns dormiam pelas calçadas, uns poucos espantavam pombas. Já não lhes dão grãos como nas cenas românticas de praças que víamos antigamente. E outros pareciam maravilhados com o ritmo daquela gente. Eram sem dúvida diferentes, pelo menos no aspecto. Não tinham cabelos muito duros. Mas não eram na maneira de pensar. Essa gente se identificava, fingia sonhar com aquela vida para si, mas se contentava em dar esmola a seus semelhantes tão distantes.

O colorido - verde, vermelho e amarelo - era desbotado, mas persistia. Um colorido sépia, contrastado pelo azul do céu. Na igreja principal, mendigos, como nos tempos de Cristo. Os fiéis atraem urubus, o que será que tem na cabeça dos fiéis?

Ouviu-se um tiro. Pombas voaram espantadas. Aquela praça de repente congelou. Estáticos, os homens e mulheres olharam-se assustados. Depois voltaram às suas rotinas, após uma pequena correria de policiais da área.

Era como se não valesse a pena, por uma vida, perturbar o tão conhecido ritmo e a cor daquela cidade.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O óbvio dos relacionamentos


Jeitosa, gostosa, princesa, neguinha, morena, minha branca, gata e xuxu são predicados que qualquer mulher um dia já ouviu. Mesmo a mais barbada das mulheres, para toda panela tem uma tampa, para todo chinelo um pé, para o malandro a sua nega, para o poderosão, sua cornuda. Uma amiga me dizia que as mulheres são de vênus e os homens de marte. Não sei. Sei que se encaixam muito bem, ou não. E é por isso que não acredito mais na guerra dos sexos. Se não tá satisfeito, apela para ambos os sexos. Mas é uma decisão complicada quando vc já não tem 16 anos e está sob efeito de vinho vagabundo e do programa de tv. Há também a possibilidade de apelar para a variedade, isso os homens fazem sempre. Eu confesso que vou aprender esta estratégia tao bem sucedida entre todas as camadas sociais. Como dizia um amigo meu, já são tantos os problemas, imagina quando começarmos a pensar! A coisa vai piorar drasticamente... Então, vamos deixar o corpo falar. Dancem, vibrem, gozem e se divirtam. Não esqueçam de fazer um strip tease nas festinhas de amigos. São essas coisas que fazem a vida valer a pena.