sábado, 23 de agosto de 2008

Jóias de corrente.


Agora pouco veio o meu pai até meu quarto para conversar. Simplesmente, bater um papo, prosear, no bom português arcaico. E falar das coisas do cotidiano. Não, não, eu não quis. Não, falar de jóias não, falar da faculdade AGORA não, ta sendo ótima sim, obrigada... Mas agora falar nisso não, por favor. Por que?

Ando estranhamente indisposta. Fazendo um esforço descomunal para as pequenas coisas do dia a dia, como ir trabalhar.

Chegar à joalheria tem sido difícil, trocar de roupa, vestir aquele uniforme, calçar aquele sapato. Eu não estou satisfeita com o meu uniforme. Ele está grande em mim, me sinto como um defunto num paletó emprestado, o sapato já está sem capa no salto... Começar a sorrir para os clientes que não têm culpa de nada. Mas quem é que deve ter a culpa do quê? E acaba de tocar o despertador porque eu tenho que ir me arrumar. E interromper este fluxo de pensamento e este momento só meu para ir para o shopping atender às exigências da minha gerente. As muitas exigências. E passar o resto da tarde com uma colega de trabalho que só sabe falar mal dos transeuntes do shopping.

Bom, até mais...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Carta de LOiJhsI Caminha


Eu cheguei exausto da viagem e decidi acampar por ali mesmo, onde houvesse um pouco de silencio para eu pôr em ordem as minhas idéias e começar a traçar um plano de ação. Cheguei a pensar em estudar o campo, mas achei perigoso. Eu sabia o que estava por vir, sabia que seriam coisas literalmente de outro mundo: monstros e seus ruídos, talvez aversão, talvez ataques, talvez contatos impossíveis.
Quando cheguei, não vi coisas terríveis como imaginei. Aportei em local escasso, apenas com elementos naturais ao redor. Coisas extremamente peculiares deste mundo. Coisas coloridas, era perceptível que não haviam sido fabricadas. Simplesmente estavam lá. Como a nossa natureza, mas diferente em aspectos físicos e químicos. Ah! Algo que me trouxe certo desconforto foram os aspectos químicos do ar, a dificuldade de respirar tanto oxigênio foi grande. É por isso que quase não respiro, apenas duas vezes por tempo. Caso contrário não teria mais pulmão. Aliás, tudo tem sido muito empírico neste lugar. Posso ouvir a voz do nosso tutor quando detalhava e nos ensinava sobre a vida e as ciências daqui. Parece mentira que aqui estou, é como entrar num sonho de infância.
Ao que interessa, já fiz observações da espécie no gênero feminino. Fenotípicamente, tem cabeça, tronco, braços, pernas, pés, mãos e pêlos sobre a cabeça. No que chamam de rosto, possuem três rasgos: dois simétricos, um ao lado do outro e de diâmetro menor que o terceiro que fica abaixo de um orgão protuberante, que usam na captação de oxigênio, furado em dois pontos também simétricos.
É assustador como abrem o terceiro rasgo em elasticidade impressionante para emitir sons. O fazem também para se alimentar. Os dois rasgos de cima se abrem e fecham constantemente mostrando duas bolas de três cores, mas somente uma se percebe de longe.
Essas observações só puderam ser feitas mediante captura da espécie, cujo amostra já está sendo enviada para análises mais profundas.
Por hora, é só o que pude escrever, visto que são muitas as novidades e eu poderia passar aqui horas a relatá-las. Estarei enviando mais notícias e observações sobre esta magnífica viagem
em breve.

Ansioso em revê-los,
LOiJhsI



CONCLUSÃO: tudo depende do ponto de vista.