São 22:00hr, eu trabalho às 2:30 da manhã do próximo dia. Quando saio do aeroporto, pego um ônibus às 10 para 11:00hr e chego em casa às 11:30hr. Passo o dia fazendo trivialidades ou simplesmente durmo. E quando durmo, o dia passa despercebido para se transformar mais uma vez em 2:30 da manhã. À noite, vou para dança e para academia, às vezes os dois, às vezes nenhum dos dois, mesmo precisando ir nitidamente tanto por motivos estéticos quanto de estudo, no caso da dança, e saúde. Quando pego o ônibus com ar condicionado (porque às 11:00 em pleno verão Salvador está um inferno) meus colegas me previnem dos constantes assaltos a esses ônibus nesta época do ano por estarem repletos de turita. De fato, sempre estão. Quando acordo às 2:30, meus pais despertam junto comigo. Minha mãe levanta, meu pai bebe água. Minha mãe me apressa, a Van lá em baixo buzina e a casa inteira se movimenta na madrugada com medo do perigo que é a rua a esta hora... e os riscos que corro descendo tão cedo pra ir trabalhar. Ontem, meus pais acordaram como de praxe, mas eu não estava em casa pois era minha folga. Eles surpreenderam um ladrão na janela do nosso apartamento com a bolsa da minha mãe nas mãos.
Por fim, de noite vou de ônibus até a academia ou até a Ufba. Mas quando vou para academia, não tenho como voltar de ônibus. Por isso volto a pé. É quase uma nova malhação, pois quando chego em determinado trecho prefiro correr fingindo que estou continuando um circuito de corrida do que andar tranquilamente ouvindo meu mp3.
Afinal, vivemos em Salvador. Com medo, constantemente. Vivemos na terra da alegria. Onde a alegria só se garante com algumas notas de Reais a mais. Mas tudo bem... tudo bem.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
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